Trazemos aqui as marcas de uma tessitura narrativa fruto de tese de doutoramento, defendida em fevereiro de 2008, que fora gestada no tempo em que o Ensino de História se abria para novas aventuras de reorganização de seus encontros. Hoje o Encontro de Pesquisadores e o Perspectivas do Ensino de História tem outra formatação, diferente do que o leitor encontrará neste texto. O Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História ganhou nova formatação a partir de 2013, no seu X encontro. Grupos de Diálogos de Pesquisa (GPD), distribuídos em nove áreas: Ensino de história nos anos iniciais; Formação de professores; Currículo; Cultura, diversidade e alteridade; Materiais didáticos; História e memória em espaços escolares e não escolares; Educação histórica; Ensino de história e juventude; e História do ensino de história. O IX Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História, em 2014, foi organizado a partir de três eixos norteadores dos debates, sob a forma de Conferências, mesas redondas, Minicursos, Oficinas, Grupos de Discussão: 1- Saberes e Práticas; 2- Sujeitos e Culturas; e Ensino de História e História Pública. O leitor pode perguntar, por que parou em 2006? A resposta pode ser dada pela pergunta própria das narrativas: o que vem depois?
Ilka Miglio de Mesquita é doutora em Educação pela Universidade de Campinas (Unicamp), com Pós-doutorado em História da Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Atualmente, é pesquisadora e professora do Programa de Pós Graduação em Educação (PPED) e da Licenciatura em História da Universidade Tiradentes (UNIT). Trabalha com Educação Brasileira, História da Educação, Ensino de História e Historiografia. Líder do Grupo de Pesquisa história, memória, educação e identidade (GPHMEI). ilkamiglio@gmail.com
O que é a História-ensino?
Pergunta formulada por Ilka Miglio ao desencadear sua pesquisa de doutorado com a qual estive em diálogo direto do seu nascedouro a robustez, agora transformada em livro.
Na tentativa de resposta, ouso dizer que a história-ensino se constituiu num campo consolidado na interface com diferentes saberes historiográficos e educacionais. Hoje ocorrem três eventos nacionais como o Perspectivas do Ensino de História, o Encontro Nacional de Pesquisadores do Ensino de História e o GT Ensino de História e Educação da Associação Nacional de História (apresentados no livro) e um Mestrado Profissional em Ensino de História (Profhistória), construído e desenvolvido numa rede com 29 universidades brasileiras. Além disso, destacam-se linhas de pesquisa em programas de pós-graduação tanto de História como de Educação.
Mas uma parte da resposta fica em aberto: Como este campo se constituiu? Quais as Histórias, as tramas, os sujeitos? Quais os diálogos, as memórias e as experiências vividas que foram possíveis ou não para chegar até aqui?
A autora, na interface de todas estas perguntas, conseguiu fazer-se professora- pesquisadora com seriedade e competência, construindo respostas ao privilegiar os sujeitos que viveram e fizeram a História-ensino em espaços múltiplos e diversos, quer escolares, acadêmicos ou políticos. Realizou a escuta do outro tecendo uma trama-narrativa, evidenciando muitas angústias, lutas, saberes e fazeres, diálogos travados ao longo da caminhada que nós militantes realizamos em prol de outros ensinos e histórias.
Este livro faz pontos, laçadas, costuras e nós fundamentais que, certamente, contribuirão para dirimir ou minimizar mal-entendidos, sobreposições, hierarquizações e minorizações para com a história-ensino na sua construção e consolidação enquanto campo próprio de conhecimentos.
Editora Universitária Tiradentes busca contribuir para a difusão do conhecimento por meio de publicações de qualidade relacionadas a educação e à cultura.